sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Caloira acaba no hospital de Beja depois de praxe

Aqui.

E por estas é por outras é que no primeiro dia de aulas da faculdade (oh, tanto tempo que já lá vai) eu fui para a escola com cara de "aproximas-te e parto-te o nariz".

E cada vez que me diziam "Ai as praxes são tão fixes!! Foi o melhor tempo da minha vida!" eu pensava "Deviam era ter-te enfiado um pepino no cu a ver se também era fixe."

O que eu não percebo são os que já estão na faculdade e até adultos a dizerem aos miúdos do secundário que se não participarem nas praxes vão ser uns excluídos e nunca vão ter amigos na faculdade porque nunca vão conhecer ninguém. Isso é simplesmente estúpido. Minha gente, nunca fui a praxes, nunca fui praxada e sou (dentro do possível) feliz com as pessoas que conheço. Não vou todas as Quintas embebedar-me para o Bairro Alto mas isso são opções de vida. Nunca tive pretensões de conhecer a faculdade inteira como pessoas que eu conhecia. Nunca quis (nem quero) ser presidente de A.E's, nem de outra porcaria qualquer.

E podem crer que não há pessoa mais tímida e enfiada que eu. Mais cheguei lá (atrasada como sempre) e depois de me apresentar ao professor (foi numa prática por isso éramos poucos) juntei-me a um grupo com quem iniciei o trabalho e que por acaso são pessoas com quem me dou bem.

Escusado será dizer que não morri por não ter "padrinhos" que me passassem apontamentos de há 20 anos e respostas a testes que já nem existem. E também será escusado dizer que poupei entre 100€ a 200€ em fatiotas académicas.

Podem até deixar de me visitar mas sinceramente as praxes são das coisas mais parvas que existem. No entanto há que dizer que ambas as minhas ex-melhores amigas foram às praxes e eu aturei pacientemente os longos relatos telefónicos do fixe que foi ir a tribunal de praxes, comer esparguete com palitos e mastigar alhos crus, logo depois de rebolar no chão e ser chamadas de cachorras.

Sim, porque também há ainda esse lindo lado do insulto gratuito. Animais, Bestas, Burros, Cabrões e outros tantos são apenas nomes fofinhos com que tratam os caloiros (agora até me lembrei de pónei).

Espero sinceramente que alguém um dia acabe com isto e espero também que a rapariga recupere e que seja exemplo e não "apenas mais uma".

Estupidez gratuita em qualquer faculdade do país.

5 comentários:

Cláudia disse...

Também acho uma coisa bem parva..
E via com cada coisa nos que passavam lá à porta.. Credo!
Livrei-me de boa pois o curso era pós-laboral...

Katy disse...

Olha eu penso que teria uma vida melhor se tivessse ido para a faculdade, mas essa também é das partes que me faz perder a vontade toda. Enfim, cada um com a sua mania..

Ilda disse...

Também sou a mesma opnião!
A minha filha entrou na universidade e também não quiz ser praxada,e também acha dinheiro mal gasto no traje!

S* disse...

Quando as praxes entram por caminhos maldosos tornam-se uma merd*.

Pi Maria disse...

Bem cada um tem a sua opinião e eu cá respeito. No meu caso, eu fui à praxe e praxei. Se gostei? Sim gostei, os meus próprios pais apoiaram-me, disseram que devia experimentar e só depois podia dizer se queria ou não continuar. Fui uma semana, achei piada, continuei :) A frisar que as praxes derivam de curso para curso e de universidade para universidade. Na minha praxe, os insultos eram muito restritos, existiam regras, pex não nos podiam chamar "puta", "cabra" ou coisas assim. E sinceramente ninguém me estava ali a obrigar a nada, se eu quisesse ia embora e ponto final, essa ideia que és obrigado a ir à praxe é completamente mentira! Se fiz sempre o que eles mandaram? Claro que não, se não podia, não fazia, se me estava a sentir mal dizia,afinal os caloiros têm boca não têm? Por exemplo: eu não posso fazer flexões porque tenho dois quistos no pulso esquerdo, que fazem com que eu vá dizer olá ao chão e corra os risco de partir os dentes se fizer flexões. Lá na praxe avisei e pronto, nunca mais tive de fazer. Mas claro que se fizesse as flexões sem avisar ninguém ,a culpa era minha por ser estúpida! Dou outro exemplo: quando praxei tivemos lá uma situação complicada. Existia lá uma rapariga com problemas nas costas, nós não tínhamos conhecimento apesar de termos avisado todos os caloiros que deviam nos informar se tivessem algum problema de saúde. Ora, num dia de praxe, um praxante mandou a moça por-se de quatro (castigo de qualquer coisa), ela pôs-se. Mais tarde, quando se pôs de pé começou a chorar por todo o lado e teve rapidamente de ir parar ao hospital. Se tivemos culpa? Claro que não, a culpa foi dela que se armou em fina e não disse nada a ninguém (a frisar que ela ficou pouco tempo de quatro, o problema é que dado a condição dela a moça nunca na vidinha poderia ter ficado naquela posição).
Bem desculpa lá o testamento :) Isto tudo serve para dizer que eu gostei da praxe, mas da MINHA praxe, porque sinceramente se eu fosse de certos cursos de certas universidades, nunca na vidinha iria à praxe :S

Beijo
Boa semana